O que essas mulheres tem em comum além de morar no mesmo bairro? Elas acreditam terem sido vítimas de uma fraude!

Tudo começou com a visita de agentes de saúde (conforme identificação informada a elas) supostamente enviados pelo governo, onde ofereciam uma esteira milagrosa, capaz de eliminar doenças crônicas e vários outros males, através da urina. A abordagem em ambos os casos foi bastante similar.

Segundo elas, um homem chamado Junior (boa pinta) desceu de uma Kombi branca (placas de Belo Horizonte/ MG) uniformizado com um jaleco e ofereceu o aparelho, prometendo os benefícios. Segundo as informações, um outro homem (motorista) e uma mulher, permaneciam no veículo.  

Assim que percebia o interesse da pessoa, iniciavam-se os trâmites (contrato) para o pagamento. O aparelho que em diversas lojas virtuais não custa mais que R$ 300,00 (trezentos reais) teria sido oferecido a elas por aproximadamente R$ 4,000,00 (quatro mil reais). Um outro detalhe que chamou a atenção, era que o contrato só poderia ser feito em nome de algum aposentado.

No primeiro caso, Cristiane desconfiou da forma com que era preenchido o contrato em nome de seu pai, aposentado e único supostamente habilitado para tal negociação. Segundo ela, Junior teria informado um número de parcelas e valor, porém as informações não condiziam com o que teria sido dito e claro, tanto o valor quanto as parcelas aumentaram demasiadamente. Apesar dos dados do aposentado no contrato, ele não estava em casa no momento e portanto, sem sua assinatura não poderia ser validado. Desconfiada, Cristiane debateu com Junior, alegando ser vítima de uma fraude, rasgou o contrato e ameaçou chamar a polícia. Iniciou-se um bate boca, contido posteriormente pelo irmão dela. Após o ocorrido, eles teriam feito contato novamente com a família através de um número de celular (DDD 15), perguntando se haviam chamado a polícia e se poderiam conversar sobre o assunto. Não houve mais diálogo.

A abordagem no segundo caso foi bem parecida. Inicialmente foi com o companheiro de Maria de Lurdes, porém, como ele não é aposentado, o agente de saúde teria se dirigido a ela.

Maria de Lurdes conta ter ficado encantada com o aparelho dos milagres, que "curaria seus males" e foi logo passando os dados para a formulação do contrato. Só depois de tudo pronto e assinado, teria sido informada que o valor das parcelas (18 x R$110,00 = R$ 1.980,00) seria debitado automaticamente de sua aposentadoria (na forma de empréstimo consignado). Segundo ela, também foi informada que precisaria ir a uma agência bancaria. E ela foi.

A pedidos, tentou sacar a quantia de R$ 1,500,00 (mil e quinhentos reais) sob a alegação (sem qualquer fundamento) de que o governo deveria repor essa quantia, porém, um erro no contrato impediu o saque.
Devido ao erro, segundo ela, uma nova visita foi agendada para as próximas semanas, no intuito de concluir todo o processo de venda e compra.

Se a transação tivesse dado certo, Maria de Lurdes teria desembolsado cerca de R$ 3.480,00 (três mil quatrocentos e oitenta reais) na esteira, que conforme informamos acima, não custa mais que R$ 300,00 (trezentos reais) nas lojas virtuais. A nora da aposentada disse ter procurado uma advogada, além de que, pesquisou na internet e encontrou diversas fraudes e reclamações, com características bastante familiares ao ocorrido.

Na certeza de ter caído num golpe, Maria de Lurdes registrou uma ocorrência na Delegacia, na última terça feira (06).



Por Buri Conectado