Se tem uma cidade com potencial histórico, essa é nossa linda Buri. Pequena talvez, mas, com um vasto acervo de fatos e acontecimentos que tornam esse pedaço de chão imprescindível. São 99 primaveras. Período que certamente está guardado na memória de seus primeiros cidadãos, aqueles que ainda estão entre nós, ou mesmo rascunhados em folhas de papel, em objetos de antiguidade, quadros de fotografia, entre outros.

Não estamos falando de simples acontecimentos lembrados apenas pra homenagear um município pelo seu aniversário. As histórias da nossa querida Buri estão interligadas a acontecimentos que foram essenciais para o desenvolvimento de nossa região, estado e até mesmo o país.

Antes mesmo de se tornar um município independente Buri era um pequeno povoado chamado "Porto do Apiaí", ponto obrigatório de parada e pouso para os tropeiros que vinham do Sul rumo a Sorocaba.

Logo após a chegada da linha férrea em 1907, o povoado transformou-se em Distrito de Itapeva e então passou a se chamar Buri. Diz a lenda que na época havia uma quantidade imensa de Buritis - espécie de palmeira - determinante para a escolha do nome.

Quatorze anos após (1921) Buri finalmente conseguiu sua autonomia como município. A cidadezinha ainda minúscula e adolescente (com apenas 11 anos) viu seu progresso ser interrompido com o "estouro" da Revolução Constitucionalista de 1932 e transformou-se num território estratégico e palco de grandes e violentos conflitos armados, entre paulistas e gaúchos.

A Revolução de 32 foi algo bastante perturbador para os burienses, desde aqueles que tiveram suas rotinas drasticamente alteradas - definidas em fugas e esconderijos - quanto para aqueles que tiveram seus comércios destruídos e saqueados pelos paulistas e também pelos gaúchos.

Daí podemos 'compreender' os motivos de nosso povo não cultivar a ideia de guardar, memorizar ou mesmo 'monumentar' como se deveria, o seu passado.

A Revolução terminou e mesmo diante de todos os medos e transtornos, deixou seu legado. Nosso povo aprendeu e entendeu que é preciso lutar, lutar sempre por aquilo que acredita. Pelo progresso e desenvolvimento de nossa terrinha. As acirradas e tumultuadas disputas eleitorais talvez sejam um reflexo dessa demonstração de bravura. O buriense é exigente e sabe que tem força suficiente para transformar sua realidade, expandir, crescer.

Buri é cidade acolhedora - a Capital da Amizade - mas é briguenta também. Amada não apenas pelos seus cerca de 20 mil habitantes, mas por todos que a conhecem. Terra abençoada por Deus, pela natureza, protegida dos desastres naturais. O destino preferido nos feriados e datas comemorativas.

Esse pedaço de chão localizado ao sudoeste paulista muito nos orgulha e certamente à aqueles que muito fizeram e contribuíram para que hoje pudéssemos estar celebrando essa data tão especial.










Imagens André Fróes e Recordações Burienses
Por Buri Conectado