Funcionários contratados e servidores emprestados pelo município para auxiliar nos trabalhos da APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Buri - disseram estar perplexos com o que chamaram de 'abuso de poder' supostamente cometido pela atual presidente da entidade. Os relatos encaminhados ao Buri Conectado são de pessoas que afirmam ter presenciado cenas de constrangimento ou que foram submetidas a algum tipo de pressão psicológica durante suas atividades.

Segundo a denúncia, este tipo de situação vem ocorrendo há um determinado tempo, mas, somente agora alguns tiveram a coragem de tornar público tais ocorrências, dada a profissão secundária de prestígio da presidente e ao medo de retaliação ou dispensa do trabalho, conforme já cogitado.

"Tá bem complicado o clima aqui, os profissionais todos exaustos, mas ninguém tem coragem de enfrentar a presidente, todos tem medo, pois depende do trabalho" denunciou.



De acordo com as informações, devido a falta de um profissional exclusivo para a limpeza, os próprios funcionários, professores, entre outros profissionais que atuam na instituição, se revezam para manter ao menos suas salas limpas. São eles também os responsáveis pelo preparo da alimentação dos alunos, dada a demissão da cozinheira. Eles seguem 'voluntariamente' uma escala semanal elaborada pela presidência, exposta na parede da cozinha, sob supostas ameaças de demissão, sem quaisquer direitos.

"Ela quer que todos os funcionários trabalhem em todos os eventos, fala que temos que ser voluntários, mas monta uma escala e somos obrigados a ir. Faz pressão psicológica, fala que se ninguém contribuir, vai fechar a instituição e mandar todos embora e ninguém vai receber nada, porque não tem dinheiro" disse. 

As aulas presenciais na APAE foram retomadas recentemente por conta da pandemia. Para evitar aglomeração os alunos estão intercalando, uma turma a cada semana, porém, a escala não estaria sendo seguida pela presidente.

 "(...) o filho dela é o único que vai todos os dias, não entra na escala; as vezes ela leva o filho de manhã (ele estuda período a tarde), deixa ele o dia todo na escola e ainda no final da tarde pede pra algum funcionário da instituição levar ele embora, com o carro da instituição; esses dias ela levou ele de manhã e foi pra Itapeva pra resolver assuntos da aposentadoria" disse. 

O Buri Conectado conversou também com uma servidora emprestada pelo município à APAE para saber os motivos de sua transferência. Ela também relatou momentos de constrangimento, ouça.





Assim que teve conhecimento das acusações, a presidente convocou uma reunião com todos os funcionários da APAE. O Buri Conectado acompanhou. Ela leu na íntegra o conteúdo encaminhado pelo BC para que pudesse se manifestar e questionou aos presentes sobre as acusações. Porém, naquele momento ninguém se manifestou em favor da denúncia.

Durante a reunião ela se defendeu das acusações e negou qualquer ato de autoritarismo ou constrangimento contra os funcionários e atribuiu a "má-interpretação" a sua personalidade forte. Dentre os profissionais presentes, alguns manifestaram a favor da presidente, que informou ainda que irá se manifestar através de uma nota, onde pretende esclarecer os fatos a população buriense.

O Ministério Público (MP) confirmou ao BC que também recebeu uma denúncia a respeito desse assunto, mas não deu detalhes. 

Por Buri Conectado +30k.