Só na UFSCar o valor total de cortes em 2022 chega a R$ 6.719.687,06, diz Reitoria/ Foto: arquivo BC.


Universidades Federais, através de seus reitores e comunidades acadêmicas, se mobilizam após publicação de um novo decreto do governo federal que trata de mais um contingenciamento no orçamento do Ministério da Educação no percentual de 5,8% a todas unidades do MEC, no total de R$ 328,5 milhões de reais. De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições (Andifes), o novo corte, somado ao que ja foi tirado do ensino superior esse ano, totaliza R$ 763 milhões e dificulta o empenho de despesas das universidades.

Ana Beatriz de Oliveira é reitora da UFSCar, Universidade Federal de São Carlos, que possui quatro unidades no estado de São Paulo, uma delas em Buri, falou sobre os riscos desse novo corte orçamentário no ensino superior. Segundo ela, só na UFSCar o valor total de cortes em 2022 chega a R$ 6.719.687,06

"Algumas empresas não tem recursos suficientes para se manter sem receber os nossos pagamentos, isso pode implicar no não recebimento de salário por muitos trabalhadores e trabalhadoras, então há uma preocupação social, sobretudo com este bloqueio. E se ele vier se concretizar  nós teremos então a inviabilização da universidade em curtíssimo prazo" disse.

A norma publicada às vésperas do 1º turno das eleições pelo governo federal, limita todas as unidades do MEC, incluindo universidades federais, institutos federais, CAPES, entre outros, diferente do bloqueio ocorrido em agosto desse ano, segundo a Andifes.

Ainda segundo a associação de reitores, no próprio decreto consta que no próximo dia 1º de dezembro os valores serão descontingenciados e os limites de empenho serão retomados. Contudo, não existe garantia de que não haja nova normatização que altere este quadro.

"[...] Não tem mais onde reduzir, não há mais onde fazer corte sem comprometer diretamente as nossas atividades finalísticas que são, ensino, pesquisa, extensão e inovação" disse Ana Beatriz.

Assista.