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Secretário diz não ter se referido às famílias em seu comentário -- Foto: Redes Sociais/ Reprodução. |
Por Michel Lopes 30/10/2024
A Câmara Municipal de Buri aprovou nesta terça-feira (29) um requerimento pedindo informações à Prefeitura sobre as medidas adotadas em relação ao 3º Encontro do Bolsa Família, realizado pelo Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), no último dia 19 de outubro.
A solicitação foi feita pelo vereador Reginaldo Correa, que questiona a abertura de um processo administrativo disciplinar em decorrência de uma conversa vazada, entre o secretário de assistência e promoção social e membros de sua equipe, num grupo de WhatsApp.
No requerimento o vereador anexou um trecho da conversa onde, segundo ele, o secretário e uma servidora comentam de forma desrespeitosa sobre as dificuldades reclamadas pelas famílias beneficiárias que compareceram ao evento.
O encontro, planejado pela equipe do CRAS, não contou com infraestrutura adequada para comportar o grande número de pessoas presentes, o que foi agravado pela chuva, previamente anunciada pela Defesa Civil. Muitas famílias reclamaram da exposição ao tempo e de não conseguirem assinar a lista de presença, conforme estava previsto. O episódio gerou repercussão negativa e rapidamente se espalhou nas redes sociais.
Após o ocorrido, o secretário gravou um vídeo justificando que o planejamento do evento havia ocorrido cerca de quinze dias antes e que, naquele momento, não havia previsões meteorológicas que alertassem para a chuva. Sobre a grande adesão, ele disse ter contratado a estrutura baseado em eventos anteriores, onde a participação havia sido menor.
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Beneficiários do Bolsa Familia repercutiram os transtornos que passaram durante evento -- Foto: Comunicado enviado às escolas. |
O Buri Conectado ouviu o secretário, que esclareceu tratar-se de um “corte fake”. Ele informou que o conteúdo da imagem capturada foi feito no dia seguinte ao do evento e se referia aos funcionários envolvidos na organização, que também foram expostos a chuva, e não às famílias. Segundo o secretário, a conversa foi uma resposta aos membros de sua equipe que haviam expressado insatisfação e, por engano, foi compartilhada em outro grupo e não ao da organização.
"(...) Nós estavamos conversando no outro grupo lá [privado] e eles estavam cobrando, meio zoando, enchendo meu saco [a gente se molhou, olha o trabalhão que deu, a gente aqui parado sem trabalhar, pessoal foi embora]. Ai eu fui e dei esta resposta aqui no grupo geral" disse.
Quanto ao processo administrativo disciplinar, o secretário afirmou que não vê motivos para seu prosseguimento, mas que, se necessário, qualquer esclarecimento será encaminhado via departamento jurídico.
A servidora mencionada no requerimento também foi entrevistada e expressou solidariedade às famílias, apesar de relatar ter sido agredida.
“(…) Olha, tirando o puxão de cabelo, que foi um exagero, eu nem faço parte do CadÚnico; estava apenas ajudando. Não acho que os beneficiários exageraram; eu, no lugar deles, também reagiria, considerando a chuva. Foi um ato de revolta, e eles estavam no direito deles” disse.
A Prefeitura de Buri tem um prazo de 15 dias para encaminhar uma resposta à Câmara, com possibilidade de prorrogação por mais 15 dias.