O servidor exonerado Silas Albuquerque procurou o Buri Conectado nessa quarta feira (16) para se defender de acusações mencionadas num boletim de ocorrência registrado no mês passado pelo prefeito Omar Chain, com intuito segundo ele, de impedir seu acesso ao Paço Municipal.

Nós tivemos acesso ao 'Termo de Declarações' que ilustra que o prefeito esteve na Delegacia no dia 02 de setembro. Na ocasião já se faziam 30 dias - média - que Silas Albuquerque havia sido exonerado, porém segundo a ocorrência, ele teria passado a frequentar a prefeitura diariamente - das 13h as 17h - causando transtornos ao andamento dos serviços dos funcionários, bem como para a população.

[... o mesmo fica no interior  do prédio mais precisamente no saguão, sentado nas longarinas e intercepta o público que ali chega solicitando os serviços da prefeitura, inclusive diz que o prefeito tem que sair da sala dele e atender o público...] trecho da ocorrência.

Ainda segundo o TD, Omar Chain relatou que assim que percebia sua presença no saguão, Silas se levantava  e o encarava sem nada falar, constrangendo-o e que sentiu-se ameaçado pelo ex funcionário.

Ao Buri Conectado Silas Albuquerque disse que frequentou várias vezes a prefeitura, que tomou água, café e desmentiu que ficasse todo o tempo mencionado pelo prefeito. Para ele, os motivos que o levaram a registrar a ocorrência são outros.

O ex servidor disse que antes de ser exonerado teria mencionado a dois vereadores sobre duas 'notas suspeitas' encontradas no ambiente de trabalho e que após, teria procurado o Ministério Público para denunciar um possível superfaturamento de preço na compra de sacos de cimento.

O Buri Conectado teve acesso a uma nota e numa matéria publicada em março desse ano o prefeito negou ter pago o valor descrito e disse que tratava-se de um 'orçamento de balcão', apenas. Reveja aqui.

Dois meses depois o Ministério Público abriu inquérito para apurar supostos atos de improbidade administrativa da administração, decorrente de possível superfaturamento de preços, na aquisição de materiais de construção para o município. O caso também foi noticiado pelo BC, que não teve acesso a detalhes da apuração por se encontrar em segredo de Justiça.

Seria esse um dos motivos segundo Silas Albuquerque, para que Omar Chain o quisesse ver bem longe da prefeitura.

" ... eu acredito que como eles viram que a gente não gosta de coisa errada, eles tem medo, talvez de eu escutar alguma coisa, de dar alguma falha perto da gente, acredito que seja isso" disse Silas.

O outro motivo estaria ligado ao fato do servidor exonerado ter sido testemunha ocular de um suposto desvio de gramas.

Silas Albuquerque afirmou ter visto quando o secretário de obras determinou aos funcionários que levassem - com maquinas da prefeitura - uma quantidade de gramas até a propriedade de um vereador, segundo o ex servidor, a pedido do próprio vereador. Ainda segundo ele, a grama estava sendo plantada na extensão da ciclovia/ Capelinha. [Tema da próxima matéria].

Silas finalizou dizendo ainda que antes mesmo de ser exonerado teria sido proibido de frequentar a prefeitura e que teria sido ameaçado por Jonatas Lopes.

"Ele falou que não era mais pra eu ir na prefeitura e disse que se eu levasse problema a eles, era pra ficar esperto" disse Silas.

Segundo o ex servidor, um boletim de ocorrência foi registrado.

Em resposta ao Buri Conectado Jonatas Lopes negou serem verídicas as acusações feitas por Silas e disse que só tomou conhecimento do fato no momento em que o questionamos. Sobre o registro do boletim de ocorrência aberto por Silas, ele disse que nunca foi acionado pela Delegacia.

Nós não conseguimos contato com o prefeito Omar Chain.

Imagem acervo da Prefeitura de Buri
Por Buri Conectado