A mãe de uma criança de 03 anos registrou um boletim de ocorrência contra a direção da escola infantil Gumercindo Pereira Andrade na última quarta feira (23) por supostos maus tratos. Na ocorrência ela diz que ao buscar o filho na escola (7º dia de aula) foi informada que ele havia passado mal e vomitado.
De acordo com o BO, a criança foi levada inicialmente para a casa aparentando fraqueza. Lá ela continuou vomitando e precisou ser levada ao médico, contudo, no percurso até a cidade de Itapeva a criança teria desmaiado, segundo a mãe, de fraqueza. Ainda conforme relatado na ocorrência, o médico pediatra teria informado que a criança apresentava sinais de desidratação e desnutrição e sugerido observação de 24h com administração de soro.
Ao Buri Conectado a mãe disse que o filho é diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e tem um laudo neuro pediátrico com algumas recomendações, entre elas, seletividade alimentar e que durante o curto período em que frequentou a escola, a criança foi impedida de tomar o leite de soja, segundo a mãe, único alimento que ela ingere além de bananas.
Na ocorrência a mãe diz que relatou as necessidades do filho à direção, que sugeriu ir até a escola e alimentá-lo do lado de fora em horários específicos, mas que teria sido impedida sob a suposta justificativa:
"Na minha escola nem com laudo médico você vai conseguir. Aqui vamos vencer ele pelo cansaço e ele vai ter que comer" [trecho da ocorrência]
Ao BC a mãe disse que a direção minimizou o ocorrido, debochou de seu relato e exigências (via whatsapp) e sugeriu a mudança da criança para outra escola. No BO ela consta ainda que noticiou o caso verbalmente à Secretaria de Educação Buri, que segundo ela, solicitou uma denúncia por escrito, sem mencionar qualquer solução.
Outra surpresa apontada por ela na ocorrência é que no laudo da criança consta alguns comportamentos, incluindo a repetição de frases prontas e que desde então, ela vem reproduzindo o seguinte conteúdo:
"O [fulano] é muito chato, a mãe do [fulano] é muito chata" [trecho da ocorrência]
Nós procuramos a Secretaria de Educação de Buri durante a manhã, mas até o momento não tivemos retorno. Ao contrário da SME, a direção da escola Gumercindo Pereira Andrade enviou uma nota falando sobre o caso.
Segue na íntegra.
Em nota esclareço que a mãe foi orientada que a Prefeitura Municipal de Buri fornece leite integral para as unidades escolares e que os leites que não fossem integrais deveriam ser enviados o laudo médico para que a direção fizesse a solicitação para compra, já que a resolução do CAE (Conselho de Alimentação Escolar) diz que todo alimento dentro da escola deve vir lacrado, dentro da validade, e fornecidos pela PMB, e que esse não era um caso de leite especial.
Quanto ao laudo esse não especifica leite diferenciado nem mesmo a utilização da mamadeira dentro da unidade escolar, a não ser que exista algum laudo que eu desconheça e que não foi entregue na escola. As crianças do maternais 1 (idade de 2 a 3 anos) Maternais 2 (idade de 3 a 4 anos), típicas ou atípicas tomam leite no copinho e fazem 4 refeições diárias regadas de frutas, bolachas, pão entre outros conforme cardápio da nutricionista.
A 20 anos trabalhando na Educação (frente a direção de escola) nunca tive um caso de desnutrição dentro da Unidade escolar.
A criança pouco frequentou a escola, teve uma semana de adaptação frequentando meio período , na semana seguinte frequentou, porém três vezes por semana tinha atendimento no período da tarde como relatou a mãe no ato da matrícula, ficou pós isso uma semana em casa já que segundo a mãe via waths o padrasto estava com H1 N1, e a pedido dessa direção manteve a criança em casa por precaução por 7 dias. Voltando a frequentar por dois dias e regressando para casa com um episódio de vomito na unidade escolar pós janta, onde a mãe foi informada pela cuidadora.
Como duas crianças da mesma sala haviam retornado para casa para que os responsáveis levassem ao médico pois haviam tido episódios de vomito, sugeri a mãe que o levasse ao médico, pois fui informada pelos pais via whaths, que o médico disse ser virose afastando as crianças da escola por uma semana.
Quanto a reprodução de frases ditas na escola, esclareço que essa acusação é infundada e mero achismo, já que os profissionais que na sala trabalham o pedagógico aliado ao cuidado, pautado no amor carinho e responsabilidade, quando questionados mesmo sem saber de fato o que havia acontecido negaram essa conduta com o aluno. Ele é uma criança muito querida por nós e sentimos muito a saída dele, vale salientar que em todas as mensagens a mãe diz amar a escola e sempre elogiando o quanto a escola estava fazendo bem para criança, o quanto foi bem recebida e o quanto gostava e pedia para vir a escola, sempre deixei disponível a câmera da escola para que ela pudesse ver a aula e assim fizemos algumas vezes juntas.
No ato da matricula, informei sobre o andamento e rotina da creche. Ela informou que os atendimentos aconteceriam no período da tarde, foi aí que sugeri que a mãe levasse a criança para meio período, e que seria melhor para ela assim poderia acompanhar a criança nos atendimentos e ficaria mais segura quanto ao seu desenvolvimento. Quanto a seletividade alimentar a professora foi instruída a trabalhar o “prato da aprendizagem” para que aos pouco o aluno fosse experimentando novas texturas e sabores e isso gradativamente estava acontecendo e a mãe sendo informada as evoluções diárias, nada mais além disso.
Tenho especialização em TEA (Transtorno do Espectro Autista), os profissionais e pais que acompanham meu trabalho e o desenvolvimento efetivo de seus filhos, sabem que é um assunto que gosto e estudo, pois trabalho com essas crianças com muito amor e responsabilidade.
No mais tudo será resolvido e apresentada as provas na justiça.
Por Buri Conectado +36k