Em Buri travou-se o mais longo e importante combate na região sul com duração de 17 horas.  

Neste domingo (9) é comemorada a Revolução Constitucionalista no estado de São Paulo, movimento popular pela Constituição e Democracia, que deixou lições de idealismo e coragem. O movimento teve início em 1931 por conta da insatisfação em relação ao interventor militar natural de Pernambuco nomeado por Getúlio Vargas, para administrar o governo paulista.

O povo de São Paulo levantou-se contra o governo de Getúlio Vargas num ato de resistência, exigindo uma nova Constituição e o fim da ditadura. Em Julho de 1932 brasileiros lutaram contra brasileiros com seus fuzis, baionetas e canhões. A batalha durou quase três meses e ceifou a vida de mais de 800 homens.

Aproximadamente 300 deles, entre constitucionalistas e federais, morreram em confronto na região de Buri. Na época a cidade tinha apenas 11 anos e foi onde o então tenente Ruytemberg Rocha tentou improvisar uma linha defensiva contra a invasão das tropas federais (gaúchos), após recuo do 'batalhão 14 de julho', responsável pela linha defensiva em Itararé, divisa com o Paraná..

Esta batalha entrou para a História Militar Brasileira como a maior em tempo de duração; foram 17 horas.

Buri foi um ponto fundamental de resistência e após ser tomada pelos gaúchos, sofreu saques e ataques que obrigaram o povoado a deixar suas casas. Resíduos deste confronto são encontrados com frequência por cidadãos burienses que estimam a coragem e ajudam na missão de manter a história.

Apesar de ter perdido a luta por falta de armas e de estrutura, os paulistas acabaram vitoriosos politicamente. No ano seguinte (1933) foram realizadas as eleições para a Constituinte, que elaborou uma nova Carta Magna para o Brasil. Com a sua promulgação, em 16 de julho de 1934, houve o retorno da tão esperada democracia.