O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta segunda feira (21) a suspensão, por três meses, do mandato do deputado estadual Frederico D'Ávila (PSL), por conta dos xingamentos proferidos contra o papa Francisco e o arcebispo de Aparecida em outubro de 2021.

O resultado desta decisão será encaminhado à Mesa Diretora da Alesp, que deve transformar o relatório em projeto de lei para apreciação dos 94 deputados da casa. Frederico D’Ávila poderá ser afastado do cargo se obtiver maioria simples em plenário, ou seja, pelo menos 48 votos a favor da aplicação da penalidade. 

O parlamentar se manifestou e em nota disse que o resultado foi "eminentemente político". "Não levou em consideração o pedido de desculpas feito por escrito e pela tribuna da Assembleia apenas 4 dias após o ocorrido".

"Aqui [na Alesp] já teve deputada recitando poema repleto de palavrões, deputados que foram às vias de fato no plenário, deputado acusando o outro de ser 'funcionário' de determinado líder religioso, mas isso tudo foi relevado pelo Conselho. Isso mostra que a pré-candidatura do Presidente Bolsonaro e do Ministro Tarcísio estão incomodando as hostes tucanas e petistas", completou o deputado.

Fonte: G1


O caso.

No feriado de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, afirmou durante a principal missa das comemorações no santuário que, "para ser pátria amada não pode ser pátria armada".

O parlamentar não gostou do posicionamento e engrossou o tom durante discurso na tribuna da Alesp dois dias depois, onde chamou o papa Francisco, o arcebispo de Aparecida e a CNBB de vagabundos e imundos. Palavras como "safados, gentalha, pedófilos, canalhas" também foram utilizadas pelo parlamentar enquanto se referia a posição do arcebispo.

Diante do ocorrido, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil encaminhou uma carta ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o deputado estadual Carlão Pignatari, exigindo punição ao deputado estadual por ter atacado a instituição e outras figuras religiosas.

O bispo da Diocese de Itapeva, Dom Arnaldo Cavalheiro Neto, também se manifestou sobre o caso e ao final de uma missa celebrada em Itararé dias após aos ataques, disse que estava entristecido com a reação de alguns católicos diante dos acontecimentos. Ele disse que a missão da igreja é promover a paz e no que diz respeito ao armamento, a CNBB tem um posicionamento e o entendimento de que segurança pública é de responsabilidade do estado. O bispo disse ainda que todos podem até discordar do pensamento da instituição, bem como da fala do arcebispo de Aparecida, contudo, jamais devem faltar com o respeito.
 
Após ampla repercussão Frederico D Ávila pediu desculpas aos católicos do Brasil e do mundo em uma carta aberta, pelo que chamou de "excesso cometido durante seu pronunciamento na tribuna" da Alesp.

Por Buri Conectado +30k.